"O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problemas." Jean Piaget

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Projeto de Intervenção Precoce



O projeto de intervenção precoce (Gray, Ramsey, & Klaus, 1982), começou em murfreesboro, tennesse em 1962. O estudo foi realizado com 90 crianças problemáticas com idades compreendidas entre 3 e 4 anos e tinha como objectivo medir as metas alcançadas por estas mesmas crianças. As crianças foram inseridas aleatórias em grupos tratamento. Durante os meses de verão até iniciarem a 1ª classe as crianças frequentavam um centro de instrução durante metade do dia. Foram feitas comparações entre escolas para das metas alcançadas quando os participantes atingiam a maioridade (18 anos). Comparando as crianças que frequentavam estes grupos das que não tinham acesso a estes, as primeiras apresentavam menos necessidade de educação especial, menor número de reprovações de ano devido a maus resultados e muito menos desistências da escola.

O estudo foi criado com o objectivo de influenciar as atitudes e as aptidões das crianças relativamente as metas por elas alcançadas. O programa visou, as crianças na idade pré-escolar economicamente desfavorecidas e também os seus pais. Os resultados obtidos na análise conduzida nos anos 60 mostrou que as crianças inseridas em grupos experimentais mostravam melhores resultados em testes de QI, em conhecimento e descrição das palavras, tinham maior receptividade para aprender vocabulário e apresentavam a leitura precoce. Contudo alguns destes resultados desfavoreceram nas continuações.

          O programa alvejava as crianças entre os 4 e os 5 anos com dificuldades económicas. Durante o ano o programa envolvia visitas semanais, assim como durante o verão existia um programa com duração de 10 semanas em que as crianças em idade pré-escolar participavam durante parte do dia e isto durante 2 e 3 anos.

A população avaliada foram crianças afro-americanas provenientes de duas cidades do sul com baixa renda. 61 crianças de uma cidade faziam parte do estudo experimental e outras 27 de outra cidade, sendo do grupo de comparação.

As 61 crianças da primeira cidade foram divididas para um dos 3 grupos. O 1º grupo recebeu o projecto durante 3 anos e consistia em encontros semanais e em 3 verões (em 10 semanas as crianças em idade pré-escolar passavam lá metade do seu dia). O 2º grupo recebeu 2 anos de encontros semanais e também participou no programa pré-escolar, começando um ano depois do 1º grupo. O 3º grupo não recebeu tratamento de intervenção. O grupo de comparação da 2ª cidade não recebeu qualquer tipo de intervenção e elaborou testes pré-verão e pós-verão. Foram avaliados no 4º, 5º e 7º verão. As crianças foram avaliadas utilizando vários testes, como o stanford-binet, o peabody picture vocabulary teste (PPVT) e o metropolitan achievement test.

Os resultados do estudo indicaram que com o passar dos anos as crianças do grupo experimental tinham melhores resultados que as crianças do grupo de controlo (e do grupo de comparação). O grupo experimental ultrapassou o grupo de controlo no PPVT, entretanto estes factos não foram avaliados e também não foram avaliados no 7º verão.

No metropolitan achievement test as crianças do grupo experimental foram melhores que as crianças do grupo de controlo, a nível de conhecimento das palavras, na discriminação das mesmas e a ler no final 1º ano, mas no final do 7º ano as crianças apenas apresentavam diferenças a nível de conhecimento e na leitura das palavras.