"O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança descobrir. Cria situações-problemas." Jean Piaget

sábado, 2 de julho de 2011

Desenvolvimento Moral

O raciocínio moral refere-se ao modo como consideramos certo ou errado um determinado acto. O modo como o raciocínio moral se desenvolve está relacionado à idade em que a criança / jovem poderá ser considerada moralmente responsável pelos seus actos.


          A partir das experiências e observações, Piaget propôs que as crianças com as regras, justiça, moral em idades diferentes, assim, destinguindo-se as fases realismo moral (heteronomia moral) e relativismo moral (autónomia moral).

  1. Realismo moral (heteronomia moral - dos 4/5 aos 8/9 anos) - A criança tende a considerar que, sempre que alguém é punido, este alguém deve ter feito algo de errado, assumindo uma conexão absolouta entre a punição e o erro.
  2. Relativismo moral (autónomia moral - dos 8/9 anos em diante) - A criança percebe a regra como estabelecidas e mantidas pelo consenso social. Piegat constatou que, por volta dos 10 anos, a criança passa a perceber a regre como o resultado de livre decisão, podendo ser modificada, e como digna de respeito, desde de que mutuamente consetido.

          Segundo Lowrence Kohlberg o desenvolvimento moral ocorre de acordo com uma sequência específica de estádios, independente da cultura, subcultura, continente ou país. Assim, o carácter moral, em vez de se definir de acordo com traços fixos, evolui segundo um série de estádios de desenvolvimento que são definidos por três nivéis.

Nível 1: Moralidade Pré-Convencional - as acções visam a satisfação a si mesmo.



Estádio 1: Orientação para punição e obediência (A criança assume um ponto de vista mais egocentrico). 
  • Preocupação com o próprio;
  • Obediência a uma autoridade;
  • O medo da punição domina os motivos;
  • As acções são julgadas em termo das consequências;

Estádio 2: Individualismo e troca instrumental (Obediência a certas recompensas para os favores serem devolvidos).
  • Agir para satisfazer os interesses próprios e necessidades e deixar os outros fazerem o mesmo;
  • Só se preocupa com o outro se souber que vai beneficiar de alguma maneira;
  • Destingue os seus interesses dos outro;
Nível 2: Moralidade Convencional (adolescência) - A maior parte dos adolescentes e adultos, a maior parte das pessoas ficam aqui e não avançam mais. Indentifica-se com as pessoas ou grupos que garantem as normas e esforça-se por obedecer às regras estabelecidas por outros (reconhecimento pelo seu bom comportamento).

Estádio 3: Expectativas e relações interpessoais mútuas relacionamento e conformidade interpessoal.
  • Orientação para a integração e para agradar os outros;
  • Conformindade com os estereótipos sociais.
Estádio 4: Sistema e social consciência, manutenção da lei e da ordem (Conformidade para evitar censura por autoridades legítimas, com a culpa resultante).
  • Cumprir os actuais deveres morais com os quais se concordou;
  • Contribuir para a sociedade, para o grupo, ou para a instituição;
  • Orientação para o respeito da ordem e da autoridade e para o que a sociedade espera de nós.

Nível 3: Moralidade Pós-Convencional - Só alguns adultos, a minoria dos adultos - Baseado nos princípios morais.

Estádio 5: Contrato social ou direitos individuais democraticamente aceites (Respeitar leis da terra ou bem estar comunitário).
  • Compreenção da reciprocidade;
  • Respeito pelos contratos entre as pessoas e entre as instituições;
  • Interesse genuíno pelo bem estar dos outros e pelo bem coletivo;
  • Conciência do maior bem para o maior número (coletividade e democracia).

Estádio 6: Princípios éticos universais (Não necessáriamente escrito) - Baseado em principios morais.
  • Princípios éticos eternos e universais;
  • Justiça e dignidade humana;
  • Os princípios universais estão acima da lei.

 




sexta-feira, 1 de julho de 2011

Maturidade

PODEMOS DIZER QUE:

          Dentro de uma visão psicológica, diz-se o ser humano maturo, aquele que tem uma grande experiência de vida e uma visão melhor dessa no seu sentido filosófico. A maturidade, nesse sentido, pode ocorrer após ou durante uma crise psicológica, desencadeada, geralmente, por algum evento importante na vida do indivíduo.


 


          No que diz respeito ao funcionamento intelectual do adulto, os seres humanos mantêm um bom nível de competência cognitiva até uma idade avançada (acima dos 75 anos). Por outro lado, os psicólogos evolutivos estão cada vez mais convencidos de que o nível de competência cognitiva das pessoas mais velhas não depende da idade, mas de uma série de factores como o nível de saúde, o nível educativo e cultural, a experiência profissional e a vitalidade da pessoa (motivação, bem-estar psicológico...).          Geralmente nos julgamos maduros, mesmo nem estando perto disso, pois nunca sabemos se realmente chegamos lá... Tanto é que existem jovens maduros e adultos imaturos. Não devemos generalizar, mas há controvercias!

Erikson e o desenvolvimento

        Erikson critica Freud, porque ele não teve em conta, na sua concepção de desenvolvimento, as interacções entre o indivíduo e o meio. Por outro lado, enquanto Freud defendia que a energia que orientava o desenvolvimento era de natureza libidinal, Erikson enfatiza o processo de construção de identidade e a sua dimensão psicossocial. Além disso, considerava que Freud tinha uma tendência para patalogizar o comportamento.
         Para Erikson, a energia que orienta o desenvolvimento é essencialmente de natureza psicossocial, pelo que Erikson valoriza as interacções entre a personalidade em transformação e o meio social. O desenvolvimento é um processo contínuo que se inicia com o nascimento e se prolonga até final da vida. A personalidade constrói-se à medida que a pessoa progride por estádios psicossociais que, no seu conjunto, constituem o ciclo da vida.
        Erikson propõe oito estádios psicossociais, perspectiva oito idades no desenvolvimento do ciclo de vida, desde o nascimento até à morte, tendo em conta aspectos biológicos, individuais e sociais.
         Em cada estádio, há um predomínio de uma tarefa, que assume a forma de um conflito, ou crise, (psicossocial) entre duas dimensões (uma positiva e uma negativa), induzido pela interacção entre as exigências da sociedade e as características do indivíduo. No momento de crise, o indivíduo cresce psicologicamente e a forma como resolveu os diversos conflitos vai afectar a forma como lida com eles no presente e no futuro.
         Um aspecto central da teoria de Erikson é o conceito de epigénese. Este conceito traduz-se no facto do desenvolvimento psicológico não ocorrer ao acaso, mas através de estádios, de acordo com as orientações de um plano de fundo. Este plano de fundo não transforma o desenvolvimento num processo automático, pois está dependente das oportunidades de interacção entre o indivíduo e o meio.

Estádios

Confiança versus Desconfiança (até aos 18 meses)
  •  Este estádio é marcado pela relação que o bebé estabelece com a mãe: se é compensadora, o bebé sente-se seguro, manifestando uma atitude de confiança face ao mundo; se não é satisfatória desenvolve sentimentos que conduzem ao medo/desconfiança em relação aos outros. A virtude adquirida na resolução, positiva da crise confiança versus desconfiança é a esperança.
Autonomia versus Dúvida e Vergonha (18 meses-3 anos)
  • Se é encorajada a criança explora o mundo autonomamente; se é muito controlada pelos pais, sente dúvida (precisa da sua aprovação) e vergonha. A virtude adquirida é a força de vontade.
Iniciativa versus Culpa (3-6 anos)
  • A criança obtém prazer da realização de actividades por iniciativa própria, sente orgulho nas suas capacidades; se é muito punida, sente-se culpada por agir de acordo com os seus desejos; revela falta de espontaneidade e sente-se inibido. O núcleo significativo de relações estabelece-se com a família e a virtude própria deste estádio é a tenacidade.
Indústria versus Inferioridade (6-12 anos)
  • Na escola, a criança desenvolve aprendizagens (escolares, sociais…), que podem fazê-la sentir que é competente ou que é menos capaz que os colegas. Se prevalecer o fracasso na resolução da crise, a criança sente-se preguiçosa e evita entrar em competição; considera-se inferior e medíocre.
Identidade versus Difusão/Confusão (12-18/20 anos)
  • O adolescente procura saber quem é (construção da identidade) em que quer tornar-se; pode também ficar confuso face a tantas possibilidades, sem saber o que quer, como agir, que pessoa é (confusão de identidade e de papéis). Aquele que resolve a crise de forma positiva adquire a lealdade como virtude. Ser leal é ser fiel a si próprio à sua identidade.
Intimidade versus Isolamento (18/20-30 e tal anos)
  • O jovem adulto pode estabelecer relações de proximidade e partilha (amor e afiliação) com pessoas íntimas ou pode distanciar-se e fechar-se. Ou apresenta uma sexualidade enriquecedora e vínculos sociais abertos e estáveis ou isola-se e tem dificuldades em relacionar-se; as suas relações são inautênticas e instáveis.
Generatividade versus Estagnação (30 e tal – 60 e tal)
  • O conflito centra-se na expansão das potencialidades de adulto e na sua transmissão aos outros – gosta de colaborar com as novas gerações. Pode, por outro lado, tornar-se inactivo, se acha que não consegue ou que não tem nada de interessante para transmitir. Apresenta sinais de estagnação; é improdutivo e está apenas preocupado consigo próprio. A virtude inerente a este estádio é a produção.
Integridade versus Desespero (mais de 65 anos)
  • O indivíduo avalia a sua vida, podendo experimentar sentimentos de integridade ou de desespero; faz um balanço da sua vida: positivo ou negativo. A integridade resulta de uma avaliação positiva da sua existência; aceita a existência como algo de valioso e sente-se satisfeito com a vida. O desespero resulta de uma avaliação negativa da sua existência e da impossibilidade de a recomeçar; considera a vida como tempo perdido e que é impossível recuperar.
  • O núcleo significativo de ralações é representada pela humanidade e a virtude adquirida neste estádio é a sabedoria.




    Freud e o desenvolvimento

    FREUD EXPLICA

              O desenvolvimento da personalidade é explicado por Freud pela evolução da forma como o indivíduo, desde o nascimento, procura obter prazer – a sexualidade –, que na infância (sexualidade infantil) é sobretudo auto-erótica (dirigida a si mesma), e só a partir da adolescência passa a ser essencialmente voltada para os outros.
              Esta evolução permite definir estádios de desenvolvimento psicossexual, que se caracterizam pelo predomínio de uma zona erógena (região do corpo que, quando estimulada, dá prazer) e por conflitos psicossexuais entre a busca de prazer (pulsões sexuais/libido) e as forças que se lhe opõem (ódio, desespero, ausência de desejo, etc.) que vão condicionar o desenvolvimento das estruturas do aparelho psíquico (instâncias) e a relação dinâmica entre elas. A qualidade das experiências emocionais imprime uma direcção ao desenvolvimento da personalidade.
     
    Freud propôs duas tópicas (teorias sobre a constituição do aparelho psíquico):

    1ª Tópica: Inconsciente, Subconsciente e Consciente;

    •  Inconsciente - Zona do psiquismo constituída por pulsões, desejos de carácter afectivo-sexual, recordações recalcadas e cujo acesso ao consciente é impedido pela censura.
    • Subconsciente - Zona do psiquismo entre o consciente e o inconsciente constituída por conteúdos que podem ser trazidos à consciência.
    • Consciente - Zona do psiquismo que corresponde aos pensamentos, representações, sentimentos, percepções a que o sujeito tem acesso directo através da introspecção.

    2ª Tópica: Superego (Supereu - normas sociais interiorizadas), Id (Infra-eu – fonte de pulsões) e Ego (Eu – mediador entre as pressões do Superego e do Id.)

    •  Id - Instância totalmente inconsciente do aparelho psíquico cujos conteúdos principais são as pulsões inatas (de carácter sexual e agressivo) e os desejos reprimidos; rege-se pelo princípio de prazer e pelo processo primário (procura imediata e sem reservas da satisfação e do prazer). É a moral e ilógico
    • Ego - Instância fundamentalmente consciente que se forma a partir do Id. Regulador e gestor das forças contraditórias entre Id (pulsões inconscientes) e Superego (exigências do meio). Tem preocupações lógicas, de coerência entre a força do id e os constrangimentos da realidade. Tenta ser moral; utiliza mecanismos de defesa; opõe-se ao id.
    • Superego - Instância do aparelho psíquico cujos conteúdos representam as normas, regras e interditos sociais, culturais e morais interiorizados.
      È o resultado da interiorização das imagens idealizadas dos pais e das regras sociais.
      É  base da consciência moral; regula os conflitos entre id e ego; é hipermoral.

    Estádios

    Estádio oral (até 1 ano)
    • A zona erógena é a boca (prazer em mamar, pôr objectos na boca…); com o desmame surge o conflito entre o que deseja e a realidade.
    • O Id (pulsões inatas) existe desde o nascimento. Começa a formar-se o Ego pela consciência das sensações corporais.
    Estádio anal (1-3 anos)
    • A zona erógena é a região anal (prazer em controlar a retenção e expulsão das fezes); sentimentos ambivalentes – conflito – o controlo fecal induz dor e não só prazer e há um desejo de ceder e, em simultâneo, de se opor às pressões sociais para a higiene.
    Estádio Fálico (3-5 anos)
    • A zona erógena é a região genital; a sexualidade deixa de ser exclusivamente auto-erótica e dirige-se aos pais, concretizada no Complexo de Édipo (atracção pelo progenitor do sexo oposto e agressividade perante o progenitor do mesmo sexo, visto como rival). Este conflito é ultrapassado quando a criança se identifica com o progenitor do mesmo sexo. As proibições e normas impostos no Complexo de Édipo são interiorizadas, dando origem à formação do Superego.
    Estádio de Latência (6-11 anos)
    • Há uma diminuição da expressão da sexualidade, mas a problemática do Complexo de Édipo permanece oculta, sem se manifestar. É neste estádio que ocorre a amnésia infantil que se trata do processo pelo qual a criança reprime no inconsciente as experiências perturbadoras do estádio fálico. É uma forma de defesa. A criança concentra a sua energia nas aprendizagens escolares e sociais.
    Estádio genital (a partir da adolescência)
    • A sexualidade passa a ser dirigida aos outros e à consumação do acto sexual. A problemática do Complexo de Édipo, latente na fase anterior, é reavivada e vai ser definitivamente resolvida pelo luto das imagens idealizadas dos pais.
    • Mecanismos de defesa: Ascetismo (negação do prazer, controlo das pulsões sexuais através de disciplina e isolamento) e Racionalização (o jovem procurar esconder os aspectos emocionais do processo adolescente, interessando-se por actividades do pensamento onde coloca toda a sua energia).



    Desenvolvimento ao longo da infância e adoloscência

    O desenvolvimento é um conceito que se refere ao conjunto de transformações do ser humano ao longo de toda a sua vida. É um processo complexo que se inicia no momento da concepção e termina com a morte, e em que estão envolvidos múltiplos factores: biológicos, cognitivos, motores, morais, emocionais, afectivos, sociais…



    Desenvolvimento Motor


              O desenvolvimento motor é um processo de crescimento e mudança ao nível físico ao longo da vida. Em cada fase surgem características específicas, e cada criança pode atingir estas fases de desenvolvimento mais cedo ou mais tarde que outras da mesma idade.
               Os reflexos de um recém-nascido são involuntários, com respostas automáticas à estímulos.
                Regras gerais do desenvolvimento motor:
    1º Progressão Céfalo-Caldal: Refere-se à progressão gradual do controle motor sobre a musculatura, a partir do centro do corpo para as suas partes mais distantes;
    2º Progressão Proximodistal: Refere-se à progressão gradual do controle motor sobre a musculatura, movendo-se da cabeça em direcção aos pés;
    Progressão de ação concentrada para específica: Parte da linha média do corpo para os membros inferiores e superiores.
    Maturação Física na Adolescência


    Problemas específicos das raparigas na adolescência
    • Reação à primaeira Menarca (Mestruação);
    • Desenvolvimento dos Seios;
    • Aparecimento dos primeiros pelos;
    • Acne (Borbulhas).

    Problemas específicos dos rapazes na adolescência
    • Maturação Tardia;
    • Tamanho do Pénis;
    • Mudança no timbre vocal;
    • Pelos faciais;
    • Acne (Borbulhas).


    Piaget e o  desenvolvimento Cognitivo


         Piaget é considerado o grande estudioso do desenvolvimento dos processos cognitivos do ser humano. A sua teoria permitiu que se acabasse com a concepção de que a adolescência da criança era semelhante à do adulto, existindo entre elas meras diferenças quantitativas.

              A teoria de Piaget é funcional/psicobiológica, porque acentua a adaptação do organismo ao meio e é estrutural/construtivista, porque realça a organização dos processos cognitivos.


              Piaget estudou o desenvolvimento cognitivo da criança e, segundo este autor, a inteligência constrói-se progressivamente ao longo do tempo, por estádios ou etapas constantes e sequenciais. Onde defende uma posição construtivista/interaccionista: as estruturas do pensamento são produto de uma construção contínua do sujeito que age e interage com o meio, tendo um papel activo no seu próprio desenvolvimento cognitivo.
              Partindo dos reflexos do bebé, herdados geneticamente, a criança vai construindo progressivamente estruturas mentais até atingir o pensamento formal, assim, a inteligência é perspectivada como uma adaptação do indivíduo e das suas estruturas cognitivas ao meio. Esta adaptação assegura o equilíbrio entre o indivíduo e o meio através de dois mecanismos: assimilação e acomodação.
              A adaptação é o processo interno de equilíbrio entre o organismo e o meio. Resulta da interacção entre a assimilação e a acomodação. É através da assimilação que o sujeito integra, incorpora os elementos do meio nas estruturas mentais já existentes. Por sua vez, as estruturas mentais modificam-se em função das situações novas/novos dados que provêm do meio – acomodação. Neste contexto, surge-nos também a equilibração, que é o mecanismo interno de regulação entre a assimilação e a acomodação que permite a adaptação do indivíduo ao meio, permitindo uma progressão no sentido de um pensamento cada vez mais complexo.

    Tabela com os estádios de desenvolvimeto para uma melhor compreenção da teoria de Piaget 

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    Estádios de desenvolvimento
    v  Estruturas com características próprias;
    v  Ordem de sucessão constante (embora possam existir diferenças cronológicas);
    v  Evolução integrativa – as novas aquisições são integradas na estrutura anterior.
    Estádio sensório-motor
    (dos 0 aos 18/24 meses)
    v  Inteligência prática que se aplica à resolução de problemas concretos e que põe em jogo as percepções e o movimento – daí a designação de sensório-motor.
    v  Dos reflexos inatos à construção da imagem mental, anterior à linguagem;
    v  Coordenação de meios e fins;
    v  Permanência do Objecto (8-12 meses) – a criança procura um objecto escondido, porque tem a noção de que o objecto continua a existir mesmo quando não o vê;
    v   Invenção de novos meios para resolver problemas, imagem mental (se ouve falar em pijama, avó, etc.) e formação de símbolos (18-24 meses);
    Estádio pré-operatório
    (dos 2 aos 7 anos)
    Subestádio do pensamento pré-conceptual (2-4 anos)
    v  Função simbólica – a criança passa a poder representar objectos ou acções por símbolos. Pode representar mentalmente objectos ou acções não presentes no campo perceptivo – imagem mental. Na linguagem as palavras representam pessoas, situações, etc. No jogo simbólico, faz-de-conta, a criança representa um conjunto de acções e os objectos são o que lhe apetecer (um pau é um cavalo ou um avião, ralha à boneca que se portou muito mal). No desenho desenha uma roda e diz que é um carro.
    v  Egocentrismo – a criança (autocentrada) pensa que o mundo foi criado só para si e não compreende outras perspectivas;
    v  Pensamento mágico:
    v  Animismo – atribuição de emoções e pensamentos a objectos inanimados;
    v  Realismo – a realidade é construída pela criança sem objectividade (se sonhou que o lobo está no corredor, pode ter medo de sair do quarto);
    v  Finalismo – Dado o egocentrismo da criança as coisas têm como finalidade a própria criança (o monte é um declive para ela poder correr);
    v  Artificialismo – explicação de fenómenos naturais como se fossem produzidos pelos seres humanos (o Sol foi acesso por um fósforo gigante).
    v  Subestádio do pensamento intuitivo (4-7 anos)
    v  Baseado na percepção dos dados sensoriais. A criança responde à questão que lhe é colocada com base na aparência.
    v  O pensamento é irreversível
    v  A criança pode classificar e seriar objectos por aproximações sucessivas, embora sem um lógica de conjunto
    Estádio das operações concretas
    (dos 7 aos 11/12 anos)
    v  Reversibilidade mental (capacidade do pensamento voltar ao ponto de partida);
    v  Pensamento lógico, acção sobre o real;
    v  Operações mentais: contar, classificar, seriar;
    v  Conservação da matéria sólida, líquida, peso, volume;
    v  Conceitos de tempo e de espaço globais e de velocidade.
    Estádio das operações formais
    (dos 11/12 aos 15/16 anos)
    v  Pensamento abstracto (as operações mentais não necessitam de apoiar-se no concreto para serem formuladas);
    v  Operações formais, acção sobre o possível;
    v  Raciocínio hipotético-dedutivo (o adolescente formula hipóteses e deduz conclusões; é capaz de resolver problemas a partir de enunciados verbais;
    v  Definição de conceitos e de valores;
    v  Egocentrismo cognitivo, que leva o adolescente a considerar que através do seu pensamento pode resolver todos os problemas e que as suas ideias são as mais correctas.

              As crianças quando ainda não desenvolveram a fala se comunicam através de gestos e emoções. Ao crescerem, passam a utilizar a linguagem verbal e racionaliza as ações, deixando de utilizar o imaginário. Para Piaget, o jogo era visto como próprio da infância e do universo da criança, independente do funcionamento da inteligência. Não elaborou uma teoria do jogo mas desenvolveu uma concepção da infância observando o comportamento lúdico infantil.